Vinte e nove de novembro de 2024.
Esse foi o dia em que postei a minha primeira newsletter aqui no Substack, no caso, primeira newsletter voltada ao YouTube.
No início de 2024 tive a experiência de participar de uma Oficina de Escrita (
). Enriquecedor. Encontrei uma vocação pela qual buscava — mesmo que ainda todas as perguntas não tenham sido respondidas, foi um grande avanço de carreira, por assim dizer.Logo após esse contato, criei a minha conta no Substack e comecei a postar os textos que já havia escrito nos anos anteriores (e que postava no Medium). Desde 2021 trabalho escrevendo. Desde 2022, 2023, escrevo textos que me vem a mente. E agora, desde de 29 de novembro de 2024, escrevo sobre o YouTube aqui no Substack. De lá para cá conquistei verdadeiros leitores, algo que até então a internet só tinha me permitido pela voz de outras pessoas. E acho que é válido eu comentar como isso se deu.

Bom, logo após meu casamento, em novembro de 2024, me dei de presente uma mentoria que há tempos já almejava: o famoso CopyCraft de
. Para melhorar ainda mais a minha experiência, recebi uma consultoria de uma hora com o mestre e ali tudo mudou.Na uma hora em que tivemos, contei minha experiência escrevendo roteiros, os trabalhos que havia feito, a visão do marketing acerca desse mercado, a forma em que produzia conteúdo até ali e diversas outras coisas que eu gostaria de ter falado e ouvido lá em 2020 quando comecei. O Rafael ficou meio puto quando eu disse que havia escrito mais de 300 roteiros nos últimos anos e não falava uma vírgula na internet sobre isso — depois da consultoria, descobri que foram 480 roteiros em 48 meses de trabalho — ainda bem que ele não soube dessa informação, aumentaria ainda mais a minha inoperância acreditando que não poderia escrever sobre aquele tema. Ele me provocou. Disse que, se eu quisesse vencer do meu jeito, deveria escolher uma forma de produzir conteúdo e fazer pelo menos 30 conteúdos sobre isso.
O meu problema era de confiança, acredito eu. Na verdade, ele deve ser até hoje. Não me acho no direito de querer ensinar ninguém a fazer nada. Não acho que eu deveria estar falando sobre um assunto como um especialista. Mas se o cara que eu paguei para me auxiliar diz que eu tenho que “fincar minha bandeira” no nicho de roteiros, o que eu posso fazer? No mínimo, seguir à risca o que ele me diz.
Bom, este que você está lendo aqui é o 29º texto que escrevo sobre YouTube aqui no Substack. A meta, imposta logo após a consultoria, era de que até dia 20 de junho de 2025, hoje, eu teria trinta textos publicados para cumprir a provocação do meu guru. Bom, acontece que na semana santa eu esqueci de planejar o texto da semana e, na sexta feira santa, deixei passar batido. Acontece.
A questão, na verdade, não é a meta em si, mas o que foi conquistado no processo dela. Sabe aquela história de que “as vitórias são os amigos que fazemos no caminho”? É tipo isso. Acredito piamente que o fato de convencer alguém a fazer trinta textos sobre algo vai gerar frutos sem criar expectativas, que é exatamente o que eu sempre tento falar para as pessoas fazerem no YouTube.
Nesses meses eu tive textos que viralizaram. Tive textos que me renderam clientes. Tive textos que construíram uma certa autoridade acerca do que eu falo por aqui e, mais importante de tudo, consegui produzir os efeitos disso em outros canais e usar como prova social — algo que sempre foi o meu Tendão de Aquiles, já que não quero ficar dando carteirada internet afora.

Foi a primeira vez na história da internet que eu consegui vender algo 100% meu. Do jeito que eu quero. Da forma que eu acho que vale. Cobrando o que eu acho que vale, também. Todo o medo e desconfiança caiu por terra quando comecei a botar em prática isso e, durante trinta semanas, escrever uma vez por semana sobre algo que eu já fazia. Porém, há algo que só experimentamos ao cair no campo empírico da coisa: meu trabalho melhorou. Minha atenção foi mais aguda no que toca a produção de novos roteiros para terceiros. Melhorei meu processo criativo. Documentei mais os processos, olhei mais atentamente às etapas, cuidei melhor do que eu produzia pois, agora, eu tinha que falar sobre aquilo. Cataloguei os passos, fiz a engenharia reversa para entender por quais razões eu fazia o que eu fazia, espontaneamente, há mais de quatro anos. A produção de conteúdo real mudou o meu trabalho.
A Anna, d’ confiou no meu trabalho e colheu muitos frutos. Você pode conferir alguns no post abaixo:
Se eu pudesse falar algo sobre o Substack eu diria isso: ele mudou meu trabalho para sempre. Não só porque a partir de agora eu posso monetizar isso aqui. Mas porque meu comportamento mudou. As possibilidades aumentaram e ficaram mais críveis. O que eu achei que era só uma vontade na verdade é um propósito — e tudo o que eu falo sobre YouTube vale perfeitamente para o Substack.
A verdade é que desses trinta textos, eu tenha gostado de dois. Não acho que tenha me dedicado perfeitamente para isso. Não acho que fiz o que pude; não acho que fiz por merecer todas as pessoas que me leem; não acho que o conteúdo apresentado tenha sido o melhor possível — mesmo com bons feedbacks — mas essa é a vida, não é? Mesmo com todas essas negações, eu fiz. Publiquei. Não revisei. Só joguei os textos ao vento. Afinal, vou ficar me comparando, me julgando e olhando meus textos de hoje, com ar superior, sendo um merdinha de 23 anos? Claro que eu gosto de uma hipérbole, mas já entendi que o suprassumo de um escritor é o tempo, algo que não experimentei desde então.
Fiz o que fiz porque tinha um propósito com isso; propósito esse que falta para a maioria das pessoas que produzem conteúdo. Para alguns, só ganhar dinheiro e fugir do mercado de trabalho tradicional não é suficiente. Há a necessidade de algo maior, mais profundo, mais verdadeiro, mais impactante. Eu realmente não sei qual desses eu sou — na minha visão, “só” o dinheiro e o trabalho me bastam, mas eu realmente acredito que há um “quê” de propósito por aqui.
Se você também é um desses que produz textos aqui no Substack, eu só tenho algo a te dizer: não espere retorno. Não espere likes. Não espere que as pessoas fiquem republicando os seus textos. Não espere ser lido só por ter gostado do seu próprio texto. Não chore as pitangas no “notes”. Cresça. Produza. Siga. É muito, muito, muito, mas muito mais fácil adiar um texto porque você “precisa” revisar do que postar e encarar a realidade. Pode parecer que não, mas é sim. As desculpas que você arranja são muito mais fáceis — e por isso você as cria — do que postar um texto.
O que eu aprendi em trinta semanas postando textos aqui só aconteceu por vontade extrema de criar. Eu poderia ter revisado todos os textos, retirado e incluído diversas partes nessas dezenas de textos? Sim. Mas eu não aprenderia. Você pode achar que revisar e inserir mais coisas é mais importante do que simplesmente postar, mas te digo que não. Nada como a criação, semana após semana, mês após mês e a ação do tempo. Como vou ser bom se não faço as coisas? Esse é o meu raciocínio. E eu sei que os anos vão passar — e muitos, inclusive — até que eu tenha uma boa escrita, um raciocínio mais claro, mais repertório e vocabulário, mas até lá, se eu não fizer, não terei todas essas qualidades aí. É simples. Um escritor só precisa escrever para ser considerado um.
Agora, com esse objetivo concluído (ou quase, afinal, faltou um texto!), sinto na obrigação de melhorar. De mudar a forma como as coisas acontecem por aqui. E eu preciso disso. É difícil. Vai ser difícil para caralho para mim (desculpe o francês, mas eu preciso enfatizar isso aqui), mas preciso dar o próximo passo. São meses escrevendo uma vez por mês, de forma mais despretensiosa e num formato de documentário de jornada, basicamente. Agora preciso profissionalizar. Preciso cobrar. Preciso fazer algo a respeito da minha imagem e do meu negócio — e isso não tem nada a ver com métricas e likes, por isso não dou bola para essas coisas.
Então, você, meu caro leitor, pode esperar mudanças por aqui. Não sei quais. Mas haverão. Preciso criar o meu YouTube — um que faça sentido com a proposta do negócio em que trabalho (não meu canal de futebol), onde eu possa abrir tanto as métricas do YouTube quanto as métricas do negócio, da venda de infoprodutos e o retorno que eu sei que aquela plataforma pode dar. E conto com a ajuda de vocês. Nos comentários, nas dúvidas e, claro, nas compras.
Obrigado por todos os que estiveram comigo até então. Por cada leitura que eu nem sei que existiu. Que isso tenha impactado vocês de alguma forma. Além disso, não quero usar isso como uma desculpa nobre, mas pode ser que nas próximas semanas, planejando o que eu tenha que planejar, não haja textos para serem lidos por aqui. Então, lhe convido para ler os outros 28 textos sobre YouTube, mas não só ler, tomar notas e aplicar também.
Nos vemos em breve.
J.Franchini
Esse seu texto, "Queria ser grande mas desisti", é muito bom! Parabéns, João!
"Um divisor de águas" é muito piegas? Porque acredito que seja uma excelente expressão para dizer o que foi a sua mentoria, João!